Reviews

0.0

User Score

0 ratings
Rate This

Descriptions:

Durante o Citrus Connect 2025, Pedro Fernández, especialista em nutrição vegetal e manejo de solos, ofereceu uma das palestras mais provocadoras e esclarecedoras do evento. Com tom direto, humor e base técnica sólida, Fernández propôs repensar completamente a forma como interpretamos análises de solo na citricultura, defendendo uma leitura mais contextual, crítica e orientada pela fisiologia da planta — e não por tabelas ou mitos agronômicos.

O que você vai encontrar nesta palestra?

Nesta apresentação, Pedro desafia o público a “desaprender” conceitos antiquados e questionar:

  • Por que seguimos tratando a nutrição do solo com base em dados desatualizados ou mal interpretados?

  • Por que buscamos sempre “normalizar” resultados laboratoriais que nunca foram “normais” para o nosso solo?

  • E por que deixamos que o Google ou a IA tomem decisões que cabem ao engenheiro agrônomo?

A resposta passa por resgatar o papel do conhecimento técnico contextualizado e pela valorização da singularidade de cada solo e sistema de produção.

Diagnóstico de solo: muito além dos “valores de referência”

Pedro compara a interpretação de solo à de exames médicos: um valor fora da faixa padrão não significa necessariamente doença. Da mesma forma:

  • Um solo com alta concentração de fósforo pode inibir a atividade microbiana e a disponibilização natural desse nutriente.

  • O pH alto reduz drasticamente a solubilidade de micronutrientes como ferro e manganês — o que justifica o uso de quelatos.

  • A salinidade e a proporção de íons (como cloreto e nitrato) são mais importantes do que seus valores absolutos isolados.

O mito da “normalidade” e a importância da relação entre variáveis

O palestrante critica o excesso de confiança nos “valores de faixa ideal”, lembrando que:

  • Menos de 15% dos solos analisados estão em faixas convencionais, e isso não é um problema.

  • Cada solo tem sua identidade, e tentar ajustá-lo artificialmente à “normalidade” pode ser contraproducente.

  • A relação entre elementos (como cálcio/magnésio, cloreto/nitrato ou potássio/sódio) é mais relevante do que os números isolados.

Pós-chuva: uma oportunidade (ou um risco?)

Pedro também faz uma análise pós-evento climático (chuvas intensas), lembrando que:

  • Solos saturados perdem oxigênio, o que mata microrganismos aeróbicos e interrompe o ciclo biológico do solo.

  • A condutividade elétrica, o teor de limo e a matéria orgânica determinam a capacidade de recuperação após chuvas.

  • A pressa em intervir com fertilização ou mecanização pode causar mais danos do que benefícios.

Propostas concretas para um diagnóstico agronômico real

Ao longo da palestra, Pedro propõe:

  • Substituir o “copia e cola” por interpretação agronômica baseada em relações iônicas e comportamento da planta.

  • Abandonar a obsessão por “níveis ideais” e focar no que realmente limita a produção.

  • Utilizar a matéria orgânica e a capacidade de troca catiônica como “estantes de um supermercado” que precisa ser abastecido com sabedoria.


Para quem é essa palestra?

A palestra é indicada para engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, produtores, consultores e profissionais que atuam com fertilidade, nutrição vegetal e gestão de solos em citros. Ideal para quem busca sair do automatismo das interpretações laboratoriais e passar a tomar decisões com base em conhecimento, fisiologia e contexto real.

Leave your comment